sexta-feira, 1 de julho de 2016

Cartas de Lisboa | Palavras


Shelach




Na Parsha desta semana lemos sobre a história dos espiões. Moisés escolheu doze pessoas para explorar a Terra de Israel. Quando eles regressam e apresentam o seu relatório, tudo parece desmoronar-se. Os espiões discutem o que descobriram, e o Povo Judeu revolta-se contra Moshe e expressa o desejo de voltar ao Egipto!


A questão que preocupa todos os comentadores da Torá é saber exactamente o que os espiões fizeram de errado. Não estavam eles a ser simplesmente fiéis à sua missão ao apresentar o relatório sobre o que viram?


Dom Abarbanel no seu comentário a esta Parsha mostra-nos como nas palavras dos espiões podemos ver as suas verdadeiras intenções.

                                                                                                     
 Moisés pediu aos espiões para se concentrar em três questões principais.



Como são os povos da terra? Fortes ou fracos?

Como são as cidades? São fortificadas e muito povoadas?

Por último, como é a terra? Há frutas? E como são as árvores?


Quando os espiões voltaram, responderam Ao último conjunto de perguntas em primeiro lugar, imediatamente falando sobre as frutas e produtos agrícolas quando isso era a última coisa que Moisés tinha solicitado!



Pintura de Giovanni Lanfranco – “Moses and the Messengers from Canaan”



É aqui, diz Dom Abarbanel, onde podemos ver algumas das influências subtis das intenções negativas dos espiões. Embora eles respondam com verdade às perguntas de Moisés, eles tinham a sua própria agenda.


Esta agenda foi visível na forma como eles apresentaram as suas descobertas. Em vez de responder a cada uma das perguntas de Moisés na ordem em que foram apresentadas, eles respondem ao último conjunto de perguntas em primeiro lugar.


Diz Dom Abarbanel, eles fizeram isto para discutir rapidamente os aspectos positivos e minimizar o seu valor. Sim, o fruto é fantástico, mas não pensem muito nisso, porque é inacessível.


A intenção era colocar as perguntas anteriores, sobre as fortificações e força dos locais, no final, de modo a poder elaborar e salientar estes desafios, fomentando assim o medo.



Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino 

Eli Rosenfeld
chabadportugal.com

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