sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cartas de Lisboa | Vayeilech


Nitzavim - Vayeilech


No último dia da vida de Moisés, o Povo Judaico, encontra-se unido, ao mais uma vez aceitar os acordos estabelecidos com D-us.

Depois de reiterar as promessas feitas aos nossos antepassados e os perigos da idolatria Moisés continua avisando todos e cada um sobre os perigos de pensamentos dúbios e de desafiar o espírito destes acordos.

O verso descreve os pensamentos de uma pessoa que quebra estes acordos mas ao mesmo tempo se convence que tudo continuará bem do seguinte modo.

"Ele abençoar-se-a no seu íntimo dizendo ‘A paz estará comigo ainda que eu caminhe no trilho que o meu coração deseja.” Como resultado o verso seguinte acrescenta: “D-us não estará disposto a perdoar-lhe” (Devarim 29:18,19)


O Rabi Isaque Aboab, no seu comentário sobre Nachmanides, deixa-nos uma questão verdadeiramente elementar. O verso parece descrever os pensamentos privados de um individuo singular. 

Se assim é, porque é que a punição afecta a todos? E mais ainda com tal severidade?

O Rabi Aboab explica que existem em paralelo duas situações que são aqui descritas e que a reacção Divina cobre ambas.

A primeira é a de um individuo que na sua privacidade não está interessado em cumprir com estes acordos e acha que tudo continuará sem problemas. Tal pessoa, diz o Rabi Aboab, não será punido até literalmente violar os acordos estabelecidos.

Existe, contudo, uma segunda possibilidade a que o verso se refere. É o caso de alguém que deliberadamente se separa de todos e que não se considera parte integrante da comunidade no sue todo. Isso em si mesmo, mesmo esses pensamentos, são algo que D-us não estaria disposto a perdoar.

Unidade e responsabilidade colectiva têm um lugar fulcral na nossa vivência judaica. À medida que nos aproximamos do Rosh Hashana, o Ano Novo Judaico, usemos a oportunidade para reafirmar os nossos esforços no sentido de estender a mão aos que nos rodeiam ao mesmo tempo que rezamos por um doce ano novo, juntos em união.


Enviado por:
Rabino Eli Rosenfeld
Chabad Portugal


Shabat Shalom, Shana Tova!

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