segunda-feira, 3 de junho de 2013

Carta a Anne Frank!





 “O pior Anne, é que já existem leis para se combater tanta crueldade. Mas não existe lei que possa colocar amor dentro do ser humano.”




Lívia Fernanda de Souza Mendes tem 13 anos. Mineira, a garota foi vencedora da edição de 2013 de um concurso nacional que acontece anualmente na Rede de Escolas Anne Frank Brasil. A proposta? Os alunos teriam que escrever uma carta destinada à Anne Frank, a adolescente judia e alemã, vítima dos campos de concentração durante o Holocausto da Segunda Guerra Mundial.

A carta deveria abordar o tema “Anne Frank e a cultura da paz” e, pelo trecho retirado acima, ficou claro o porquê de Lívia se ter sobressaído no concurso.

Foi aqui nesta calçada, que Lívia leu esta carta.
Vamos ler também?



Belo Horizonte, 3 de Abril de 2013


Querida Anne,


Meu nome é Lívia Fernanda, tenho 13 anos, moro no bairro Confisco, Minas Gerais, Brasil. Estudo na Escola Municipal Anne Frank.

Anne, é com muita tristeza que recordo sua história, todo sofrimento nos campos de concentração, o extermínio nas câmaras de gás, a crueldade com que os nazistas tentaram exterminar o povo judeu.

Já não era fácil de entender o modo de pensar de Hitler, mas nos dias de hoje continuamos a pensar e agir como ele, pois o racismo continua nas cidades, no interior e, principalmente, no coração das pessoas.

É inaceitável pensar que sou melhor ou pior somente por ter nascido negro ou branco, por ter escolhido uma religião ou pertencer a uma tribo.

Você não acreditaria que até nas escolas existe preconceito. Mas ele vem disfarçado e o seu nome também é diferente. Não é racismo, ele se chama bullying.

O pior, Anne, é que já existem leis para se combater tanta crueldade. Mas não existe lei que possa colocar amor dentro do ser humano.

Conhecendo a sua história, vejo que há uma luz no fim do túnel. Espero que muitos ouçam-me falar de você. Espero que possam entender que o preconceito não leva a nada, apenas gera violência, separação e divisão.

Você, Anne, pode se orgulhar, pois o seu diário, que foi escrito em meio a tanto sofrimento, hoje serve de referência contra o racismo, contra a discriminação, em todas as suas formas. Seja através do preconceito, bullying e outros, podemos usar como exemplo as suas experiências.

Apesar das dificuldades, assim como você, acredito na esperança.

Abraços, Lívia


Fonte:

Enviada por Sónia Gama Mourão
Obrigada Sónia J

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