domingo, 12 de fevereiro de 2012

“LICENÇA DE PARTO”


A ORIGEM DO CONCEITO


Num período de dois anos, entre 1913 e 1915, a América seguiu atentamente uma dura batalha judicial que haveria de mudar radicalmente a forma como as mulheres eram encaradas nos locais de trabalho.
    Uma professora de Nova Iorque foi despedida a 22 de Abril de 1913 por estar grávida, com as autoridades escolares a defenderem o despedimento com base em “negligência do dever com o propósito de dar à luz”.
    Numa atitude rara para a época, a professora não aceitou a decisão dos seus superiores e levou o caso a tribunal. Dois anos depois, o processo acabaria por instituir as bases de um direito que alastraria por todo o globo: a licença de parto. Esta professora, uma sefardita de ascendência portuguesa e membro da comunidade de judeus nova-iorquinos, chamava-se Bridget Peixotto e foi pioneira na luta pelos direitos laborais das mulheres.
    Finalmente, em Janeiro de 1915, Bridget Peixotto foi reabilitada nas suas funções prévias com salário pago por completo. Três anos depois, em 1918, tornou-se directora da escola, mantendo-se no magistério primário em Nova Iorque até se reformar, em 1948, quando atingiu a idade limite de 70 anos.
    Bridget Peixotto faleceu a 10 de Abril de 1972, em Nova Iorque, aos 94 anos de idade, deixando um legado invejável. No obituário que lhe dedicou dois dias após o seu falecimento, o New York Times afirmava que ela era “responsável pela institucionalização da licença de parto por todo o país e pelo mundo.” O seu caso permitiu que largos milhares de mulheres pudessem tirar uma licença para dar à luz. A decisão motivou também alterações no sistema do sector privado, fazendo com que hoje seja perfeitamente normal que uma mulher possa manter o emprego quando fica grávida.”

Artigo enviado pela minha querida amiga Sónia Craveiro.




Adaptado de:
 

Fig.1: Bridget Peixotto com a filha Helen Esther Peixotto

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